segunda-feira, 29 de agosto de 2011

R$ 3,6 milhões repassados pelo Ceivap para investimentos em tratamento de esgoto

Na última semana, duas propostas enviadas pela Cesama para o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap) para captação de recursos foram aprovadas, totalizando R$ 3.675.035,04 para investimento em tratamento de esgoto. Esta conquista é um importante passo para a continuidade das obras que buscam aumentar a porcentagem do efluente tratado na cidade.

No total, foram disponibilizados R$ 31,5 milhões para investimentos na bacia do Rio Paraíba do Sul, da qual o Rio Paraibuna faz parte. Os recursos são provenientes da cobrança federal pelo uso da água na bacia, iniciada em março de 2003. Neste processo, compete à Agência Nacional de Águas (ANA) operacionalizar a cobrança da água em rios de domínio da União e repassar os recursos arrecadados integralmente à Agência de Bacia do Rio Paraíba do Sul (Agevap). A Agevap, por sua vez, lança edital para os interessados na captação de recursos, e o Ceivap analisa as propostas, deliberando os valores.

Os dois projetos da Cesama que foram contemplados tratam da implantação da segunda etapa do sistema de coleta e tratamento de esgoto da ETE Barreira do Triunfo, com total de R$ 2.834.122,79, e da instalação do coletor tronco CT 7 (segunda etapa) em Benfica, que irá direcionar o esgoto coletado para a ETE Barbosa Lage, aumentando sua vazão, com a soma de R$ 840.912,25. Segundo o assessor de Gestão Ambiental da Cesama, Paulo Afonso Valverde Júnior, estes investimentos fazem parte do plano para tratamento de esgoto em Juiz de Fora, que também atendem aos interesses do Ceivap quanto à melhoria da qualidade da água na bacia do Rio Paraíba do Sul. “Esta ação está contribuindo para a solução do tratamento de esgoto na Zona Norte da cidade que vem recebendo, ainda, outros investimentos da Cesama para este fim.”

Os tomadores que tiveram suas propostas deliberadas serão convocados para a assinatura do contrato a partir do dia 27 de setembro. Para conferir a lista das propostas habilitadas, basta acessar o site do Ceivap www.ceivap.org.br/downloads2011/publeditalselecao.pdf.


Reunião entre Cesama e Igam

Em reunião na Cesama na última sexta-feira, 26, a coordenadora do Programa Águas de Minas do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Katiane Cristina de Brito Almeida, apresentou o projeto de monitoramento da qualidade das águas superficiais no estado de Minas Gerais, com destaque para as águas do Rio Paraibuna. A coordenadora fez uma comparação dos resultados do Índice de Qualidade da Água (IQA) de 2004 a 2010 para os pontos de monitoramento que operam em Juiz de Fora. Dentre os parâmetros analisados, evidenciou-se que os resultados de oxigênio dissolvido (OD) e demanda bioquímica de oxigênio (DBO), que estão diretamente relacionadas ao esgoto doméstico, apresentaram melhoria, principalmente, na Zona Norte da cidade, onde são operados os sistemas das ETEs Barreira do Triunfo e Barbosa Lage. Atualmente, a Cesama trata 12% do esgoto coletado na cidade. Em janeiro de 2009, esse índice era de apenas 1%.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Riscos aos mananciais


Grambow falou inicialmente sobre a situação climática, da energia, da água, da alimentação e dos recursos hídricos, alertando para as ameaças e as crises, como a contaminação dos aquíferos e os problemas no mercado financeiro que podem afetar toda a humanidade, Depois, abordou os casos práticos de bom uso dos recursos hídricos na região da Baviera, na Alemanha.

Demonstrando profundo conhecimento da realidade brasileira, Grambow mostrou problemas como favelização, contaminação do solo e desmatamento, que são ameaças para as futuras gerações. Destacou a importância da cooperação entre as nações e se colocou à disposição para cooperar.

A convite da Casal, o professor Martin Grambow, da Universidade Técnica de Munique, Alemanha, fez palestra quinta-feira (4) no auditório do Sinduscon, em Maceió, sobre Gestão Integrada de Recursos Hídricos. A paletra foi dividida em duas partes.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Hepatite A atinge mais crianças pobres

Hepatite A atinge mais crianças pobres, alerta Drauzio Varella

A doença é transmitida por água e alimentos contaminados pelo esgoto. É característica dos locais onde falta saneamento.

Nos últimos domingos, você tem acompanhado, no Fantástico, o alerta do doutor Drauzio Varella para uma epidemia ignorada. Uma doença que milhões de brasileiros têm e não sabem: a hepatite, em seus diferentes tipos. No último episódio da série Hepatites, epidemia ignorada, o doutor Drauzio vai tratar da hepatite tipo A, que atinge principalmente crianças em regiões pobres do país.

“Quando foi na segunda, terceira semana de setembro, foram surgindo os casos. Foi aumentando e a gente detectou que, realmente, não era uma coisa normal”, explica a agente de saúde Claudemora Ramalho.

Em Teixeira, no sertão da Paraíba, em setembro do ano passado, começaram a surgir os primeiros casos de hepatite A, que é muito diferente das hepatites B e C. Ela é transmitida por água e alimentos contaminados pelo esgoto. É uma doença característica dos locais onde falta saneamento, como é o caso de Teixeira.

“Meu filho começou com sintomas de hepatite há um mês, mais ou menos. A nossa água de consumo vem da chuva e do caminhão pipa, que abastece aqui. A gente lava o reservatório uma vez ao ano para poder colher a água da chuva”, conta uma mulher.

Claudemora Ramalho, agente de saúde, está empenhada em descobrir o foco de transmissão da hepatite A: “Nós vivemos em uma região que não tem chuva constante, a água que é encanada é racionada, então todo mundo precisa ter reservatório em casa. Nessas redes, nessas cisternas, que a gente está detectando um maior problema, porque a água que é encontrada na cisterna, que é coletada, ela não está própria, ela está insatisfatória. E a gente acredita que é por falta de limpeza nessas cisternas”, explica Claudemora.

Para chegar às cisternas, a água da chuva cai pelo telhado em uma calha e vai para uma tubulação, que leva direto à cisterna. Nela, a água da chuva fica coletada e serve para a família beber. O certo seria lavar a cisterna a cada seis meses. Mas como fazer isso? Para lavar a cisterna precisa esvaziar, esvaziar seria jogar a água fora. Mas a água é uma preciosidade nessa região, então as famílias acabam não lavando essas cisternas.

Como a gente pode se defender da contaminação? A melhor forma é: toda vez que você for mexer com água da cisterna, antes lave a mão com água e sabão. E lave também o balde que vai ser usado para retirar a água, com água e qualquer sabão.

Exames feitos na água das cisternas mostram que ela estava contaminada.

Dos três filhos do agricultor Damio Jos Alvez, Vitória foi a única que teve hepatite: “Eu percebi que ela estava doente quando a minha mulher percebeu que ela estava com a urina diferente e falou para mim. Ela ficou com uma urina meio vermelha, e o olho ficou um pouco amarelo”, conta Damio.

O olho amarelo é chamado de icterícia. “Quando você se infecta com o vírus da hepatite A, o vírus se replica no intestino, penetra, vai para a corrente sanguínea e passa a se replicar no fígado. No fígado, ele causa lesão, o que dá ao indivíduo sensação de mal estar, náusea. Cerca de 20% a 30% desenvolvem icterícia, os olhos amarelos, ou a colúria, que é a urina escura. Na Bahia se fala muito ‘cor de azeite de dendê’ ou ‘cor de guaraná’ também”, explica o hepatologista Raymundo Paraná.

O agricultor Damio José Alves questiona o Doutor Drauzio: “Doutor, só uma perguntinha, por favor. E hepatite mata?”. “Muito difícil. A hepatite A é uma doença muito benigna, especialmente nas crianças pequenas. Adultos, mulheres grávidas, pessoas mais velhas, uma pequena porcentagem, um pequeno número de casos têm o que a gente chama de hepatite fulminante, que é muito grave, evolui depressa e tem mortalidade alta. Mas geralmente a hepatite A tem uma evolução benigna, é uma doença que acaba bem”, explica Drauzio Varella.

Nessa série falamos sobre as hepatites, um problema de saúde pública muito grave. Você viu que as hepatites B e C são transmitidas, principalmente, por instrumentos contaminados, mas também pelo sexo e para o bebê na hora do parto. Hepatite B tem vacina, a A também, mas não existe vacina contra a hepatite C.

Como as hepatites B e C podem se tornar crônicas é fundamental fazer o exame de sangue para saber se você é portador do vírus. Se for, pode ser tratado gratuitamente pelo SUS e ficar livre da doença. Faça o exame.

Fonte: Fantástico, 7.8.2011